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Imprensa
 
A "Expedição Mauritânia - Abraços Sentidos 2012" foi notícia na edição da revista Off Road de Dezembro de 2012.
 

RELATO EXPEDIÇÃO MAURITÂNIA

A Grande Expedição “Mauritânia 2012 - Abraços Sentidos” começou com a reunião de preparação e convívio entre todos os participantes no dia  no dia 21 de Julho. Dois meses mais tarde, no dia 25 de setembro de 2012 bem cedo, a caravana partiria de Leiria, junto à Clínica Leirivida. Pelas 8h da manhã já grande parte do grupo estava reunida na fronteira do Caia. A expectativa era grande e a ansiedade maior ainda. O grupo tinha pela frente milhares de quilómetros de asfalto até chegar à Mauritânia! O tão esperado destino! 

A organização do Clube LeiriVIDA TT era constituída por três viaturas, onde se incluía a equipa dos dois mecânicos, a equipa médica, com dois médicos e uma enfermeira (que felizmente só tiveram de tratar doenças ligeiras e realizar uma pequena cirurgia) e, já em terras mauritanas, o apoio logístico de mais uma viatura com o condutor, o tradutor e o nosso colaborador João Pereira, que nos apoiaria durante os dias de permanência da caravana na Mauritânia.

 
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O grupo de participantes era constituído por dez jipes. Todos se comportaram “ao mais alto nível”! Com uma enorme vontade de superar todos os obstáculos, de conhecer um país desconhecido e de poder sentir a magia do deserto.
 
Espanha e Marrocos foram os países que atravessámos, com muitas horas de condução em estrada. Sempre com a preocupação de manter os participantes bem atentos, pelo rádio CB, a organização transmitia a informação relativa aos locais por onde a caravana ia passando.  A travessia por barco ligou Algeciras a Ceuta, a fronteira com Marrocos era logo ali, ultrapassadas as burocracias habituais a expedição chega a Marrocos.
 
Depois de ter desembarcado em Ceuta, a caravana LeiriVIDA TT atravessou todo o território marroquino, com paragens nas cidades de Casablanca, Tan -Tan e Dakhla. No Sahara Ocidental, Dakla é a cidade dos ventos eternos, fica situada nas margens de uma laguna de águas salgadas. Na cidade, mais especificamente a Sul, fica o Cabo Branco. Um imponente farol com 74 metros, junto ao qual se localiza um rochedo muito perigoso, que causa frequentes acidentes a navios que entram pela laguna, para chegar ao porto da cidade. Nesse rochedo, a falésia de Cabo Branco, está localizado um cemitério de navios, o segundo maior de África.
 
O grupo percorreu uma parte do Sahara Ocidental, com as suas paisagens áridas, de deserto rochoso, e muitos postos de controlo do exército onde, a cada controlo militar era necessário explicar o objetivo da expedição e deixar (para ser mais rápida a progressão) a lista de todos os veículos e respetivos ocupantes. O controlo realizado pelos serviços policiais e do exército foi uma constante ao longo de todo o percurso tanto em território marroquino como na Mauritânia, com maior incidência nas cidades e aldeias.
 
Depois de 3000 Km a caravana chega às fronteiras entre Marrocos e a Mauritânia. Algumas horas de mais burocracia e finalmente……..a Mauritânia!!!
 
Já na Mauritânia, a primeira noite foi passada num acampamento bivouac junto à linha do comboio. Esta linha liga o interior do país, de Zouerate, onde existe a enorme mina a céu aberto de hematite, ao porto de Cansado em Nouadhibou. O mais longo, o mais pesado e o mais lento comboio do mundo! (.) Fazem esse percurso 3 comboios por dia, com cerca de 210 vagões e um comprimento aproximado de 2500 metros, atingindo uma velocidade máxima de 50 km/h. Neste dia foram várias as vezes em que a caravana se cruzou com o comboio!
 
No dia seguinte inicia-se o percurso sobre areias da Mauritânia. Abrimos as “hostilidades” com um percurso onde a experiência foi uma mais valia para muitos, a areia estava com alguma humidade (fruto das chuvas dos dias anteriores) o que facilitou a progressão de todas as viaturas.
 
Uma das preocupações da organização foi a gestão dos abastecimentos. Uma vez que algumas etapas eram bastante extensas, foi necessário aprovisionar as viaturas com depósitos suplementares de combustível, de modo a conseguir superar algum contratempo que pudesse ocorrer, e sempre que existiam pontos de pontos de combustível, era imperativo abastecer.
 
Junto à aldeia de Bem Amira encontra-se uma massa rochosa negra com cerca de 633 metros, este é considerado o 2º monólito do mundo e o maior de África. A sua imponência é deslumbrante! Uma paragem junto a um outro rochedo, o Aicha permitiu a todos conhecer uma série de esculturas, realizadas entre 5 de Dezembro de 1999 e 9 de Janeiro de 2000 durante o primeiro simpósio internacional de escultura na rocha em favor da paz.
 
Depois de 470 km de pista/areia o grupo foi ao encontro do Oásis Tergit, um dos raros oásis em que as fontes têm água durante todo o ano. Acessível apenas a pé, e sendo um lugar refrescante todos aproveitaram para tomar um banho nos lagos formados pela água que escorre das falésias rochosas.
 
A progressão nas dunas ao longo dos dias foi acontecendo com alguns atascanços, mas as adversidades foram superadas por todos os participantes, com uma elevada dose de humor e camaradagem, e também alguma ajuda das máquinas!
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Depois de Tergit, pela frente dias e dias de dunas e pistas fantásticas. No Vale Blanche com temperaturas perto dos 50ºC, vários quilómetros de areia foram percorridos, todos os participantes foram surpreendidos com a diversidade de paisagens. Desde a estepe a zonas de arbustos rasteiros, onde era sempre possível encontrar um camelo! Locais onde a vista apenas alcançava areia, outros em que o que se via e pisava eram pedras e rochas!
 
A caravana chega a Chinguetti. Uma cidade com cerca de 4700 habitantes e classificada como património cultural mundial pela UNESCO. Nesta cidade visitamos uma biblioteca, muito bem conservada com cerca de 1150 obras.
 
No dia seguinte a progressão foi para Este, entrando no deserto profundo, até Ouadanne. Uma cidade onde os portugueses entram na sua história na época das grandes caravanas sub-saharianas.
 
De regresso a Chinguetti e depois de uma noite bem dormida no Albergue Caravane, com o céu como teto, um dos momentos mais marcantes para todos foi o percurso feito até ao Oásis Lagueila. Segundo quem vive neste local, nunca nenhum jipe tinha chegado até lá! O Clube LeiriVIDA TT teve o imenso prazer de ser o primeiro a progredir nas dunas, por um percurso de 55 km nunca antes feito, chegar até este povoado e deixar a sua marca, com uma caravana de 13 viaturas!
 
A caravana prossegue seguindo a pista de Tidjika, onde acampa e no dia seguinte chega à cidade com o mesmo nome, plena de história, cansados mas satisfeitos pelas fabulosas paisagens e por toda a roupa, brinquedos e material escolar que entregamos nas várias aldeias remotas por onde passamos.
 
Refeitos do cansaço o grupo parte para vários quilómetros até ao “guelta” (um lago com água permanente) El Gheddiya. Nesse local todos esperaram pacientemente pelo aparecimento dos crocodilos. A espera valeu a pena … e um apareceu! Mais uma etapa vencida, as viaturas retornam à pista.
 
Os acampamentos nas dunas proporcionaram a todos bons momentos, com um magnífico céu estrelado e o silêncio como pano de fundo, que certamente nenhum dos participantes irá esquecer.
 
Por contraste com o silêncio do deserto a Expedição entrou, a 7 de Outubro, em Nouakchott, a capital e a maior cidade da Mauritânia. Esta cidade é o ponto de ligação entre a população urbana e a população nómada do país. O nome da capital não podia ser mais propositado: Nouakchott significa literalmente “lugar dos ventos”. Ao longo do ano são raros os dias em que o vento não sopra desde o deserto, cobrindo com um véu de poeira esta cidade, parecendo por essa razão que o céu esta todos os dias nublado.
 
Da capital partimos até Cap Tafanit, onde se iniciou uma etapa de 180 quilómetros percorridos na praia, com as ondas ao nosso lado! Mais uma vez com um desempenho brilhante de todos, de novo uma paisagem completamente diferente, no final um mergulho nas águas cálidas do mar da Mauritânia que soube pela vida, pois as temperaturas elevadas assim o exigiam.
 
O percurso na Mauritânia finalizou com a passagem pelo Parque Nacional Banc d´Arguin. Este espaço natural de vida selvagem é local de reprodução de várias espécies de aves marinhas, e foi considerado património da humanidade pela Unesco em 1989.
 
Depois da passagem por este Parque natural, regressámos a casa, após 9400 Km percorridos, com o sentimento de que a Mauritânia é um país com imensos tesouros por descobrir, e que o Clube LeiriVIDA TT promete prosseguir com as suas expedições e a dar a conhecer estes destinos soberbos de condução todo o terreno, de descobrimento de outros povos e de lugares desconhecidos.
 
O Clube LeiriVIDA TT continuará a dar a conhecer destinos fantásticos de África aos aventureiros que nos acompanharem. Todas as atividades do Clube LeiriVIDA TT já estão disponíveis em www.leirividatt.com

Artigo publicado na Revista OffRoad de Dezembro de 2012
por Teresa Ribeiro

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